A articulação entre as escolas e os agentes culturais-artísticos locaisum estudo de caso em Lisboa (Portugal)

  1. Vohlgemuth, Laurence
Dirixida por:
  1. Jesús Rodríguez Rodríguez Director
  2. María Belén Caballo Villar Director

Universidade de defensa: Universidade de Santiago de Compostela

Fecha de defensa: 03 de febreiro de 2023

Tribunal:
  1. José Antonio Caride Gómez Presidente
  2. Rosa María Marí Ytarte Secretario/a
  3. Daniela Alexandra Ramos Gonçalves Vogal
Departamento:
  1. Departamento de Pedagoxía e Didáctica

Tipo: Tese

Resumo

O objetivo central deste trabalho é compreender como se articulam as práticas dos agentes artísticos e culturais com as das escolas. Para o alcançar, adotamos uma abordagem qualitativa, optando por um estudo de caso. Podemos descrever a organização artística - resultado de trabalho de bricoleurs, seguindo uma tactique- como um exemplo de uma lógica de governança baseada no interrelacionamento e na interdependência entre atores culturais. Podemos concluir que a ausência de políticas instituintes de parceria entre escolas e organização artística se traduziu por uma grande liberdade dos atores para se organizarem de forma mais adequada ao contexto sem o peso da burocracia. No entanto, essa liberdade não pôde ser devidamente explorada por falta de recursos humanos, de tempo e de profissionais com perfis adequados para tratar da coordenação de equipas educativas interdisciplinares em projetos que aliam educação e artes. De salientar, no seio da equipa, uma coerência axiológica forte e a presença de narrativas artilhadas com os jovens. A heterogeneidade dos grupos, a interdisciplinaridade e a interdiscursividade, resultantes da presença de profissionais de áreas diferentes na sala de aula, levaram a uma alteração da temporalidade e a uma flexibilidade dos modos de intervenção. A banalização das manifestações de cultura erudita levou ao esbater do elitismo cultural e à auto-inclusão de crianças em situações de vulnerabilidade. Por intermédio da subjetivação de todos os intervenientes, a sala de aula deixou entrar a criatividade, a imprevisibilidade, e tornou-se mais democrática.