Impacto da ortoqueratologia e da cirurgia refractiva lasik na topografia da córnea, na refracção central e periférica e na qualidade visual do olho

  1. Queirós, António
Dirixida por:
  1. José Manuel González-Méijome Director
  2. Jorge Jorge Director
  3. Angel Ramón Gutiérrez Ortega Director

Universidade de defensa: Universidade do Minho

Fecha de defensa: 13 de xullo de 2011

Tribunal:
  1. Alejandro Cerviño Expósito Vogal
  2. Javier González Pérez Vogal
  3. Norberto López Gil Vogal

Tipo: Tese

Resumo

Este trabalho reúne os resultados de estudos transversais e longitudinais realizados durante um período de 3 anos, no laboratório de investigação em optometria clinica – Universidade do Minho (CEORLab) e na Clínica Oftalmológica Novovisión (Madrid, Espanha), como pode ser observado na tabela apresentada no anexo 1. Foi realizado neste trabalho um inquérito relativamente à qualidade de vida dos pacientes, onde se verificou que as soluções ópticas e cirúrgicas para a correcção da miopia apresentam ainda limitações ao nível da independência da correcção visual. Os pacientes, quer na cirurgia Laser-Assisted in Situ Keratomileusis (LASIK) quer na ortoqueratologia ou Terapia Refractiva Corneal (TRC), referem sintomas em termos de encandeamento que estão relacionadas com as alterações induzidas na superfície anterior da córnea para corrigir ou compensar a miopia. Foram realizados estudos às alterações da superfície anterior da córnea, induzidas pela Ortoqueratologia, LASIK Standard e LASIK Personalizado, através da análise das topografias da superfície corneal anterior em termos refractivos. Através dessas topografias foram analisadas as aberrações de alta ordem (HOA), e estas permitiram compreender os sintomas apresentados pelos pacientes nestes tipos de tratamentos. Foram encontrados incrementos de potência refractiva nas zonas paracentrais, que são comprovados com as alterações em termos das aberrações, principalmente a aberração esférica e a aberração comática, tendo sido para o tratamento com TRC mais evidentes do que no LASIK, devido a uma menor zona de tratamento e à alteração anatómica inerente a cada um dos tratamentos com aumento de espessura na área paracentral no CRT em vez de ablação central em LASIK. Ambas as intervenções, cirúrgica e não cirúrgica, mostraram um incremento localizado na zona paracentral da superfície corneal anterior. No entanto, a zona óptica mais pequena e uma maior curvatura na região paracentral com o tratamento de ortoqueratologia parece ter a capacidade de criar um efeito miópico periférico relativo na potência da córnea, maior do que no tratamento LASIK, o que pode ter implicações na redução da progressão da miopia. Com efeito nesta tese mostra-se que para o tratamento com ortoqueratologia consegue-se induzir na periferia da retina (a partir dos 25º de cada campo visual) valores mais miópicos comparando com os valores antes do tratamento. Este efeito não se verificou no tratamento LASIK, onde todos os valores ficam menos miópicos do que os iniciais. Apesar da presença de erros refractivos periféricos relativos míopes na periferia após ambos os tratamentos, a TRC fornece um efeito maior para uma dada correcção míope em comparação com LASIK. A cirurgia refractiva LASIK e a TRC induzem alterações na potência da superfície corneal anterior para corrigir a miopia, levando a uma alteração significativa quer do respectivo padrão topográfico quer do perfil refractivo periférico. A ortoqueratologia tem maior potencial na miopização periférica embora apresente pior qualidade óptica em comparação com LASIK.