Educação profissional e gêneroestudo de caso dos cursos técnicos integrados ao ensino médio do câmpus goiânia do Instituto federal de Goiás

  1. dos Reis Ferreira, Adriana
Dirixida por:
  1. María José Méndez Lois Director
  2. María del Mar Lorenzo Moledo Titora

Universidade de defensa: Universidade de Santiago de Compostela

Fecha de defensa: 04 de xuño de 2021

Tribunal:
  1. Trinidad Donoso Vázquez Presidente/a
  2. María del Mar Sanjuán Roca Secretaria
  3. Jorge Genaro Soto Carballo Vogal
Departamento:
  1. Departamento de Pedagoxía e Didáctica

Tipo: Tese

Resumo

O sistema educacional brasileiro é formado pela educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio) e pela educação superior (cursos de graduação e de pós-graduação.) Integrando, ainda, esse sistema, há a educação de jovens e adultos, a educação especial e a educação profissional e tecnológica. A Educação Profissional e Tecnológica (EPT), objeto desta tese, abrange em sua oferta os cursos de qualificação profissional, de habilitação técnica e tecnológica e de pós-graduação. Entre as políticas educacionais estabelecidas no Brasil para essa modalidade de ensino, tem-se a criação das Escolas de Aprendizes Artífices em 1909. Essas escolas, ao longo do tempo, se transformaram em várias outras instituições e hoje constituem os Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia, os Centros Federais de Educação e Tecnologia e o Colégio Pedro II, que compõem a Rede Federal de Educação, Científica e Tecnológica (RFEPCT) e estão vinculados, diretamente, ao Ministério da Educação. Partindo desse cenário, esta tese apresenta um estudo histórico da educação profissional brasileira e, paralelamente, investiga as relações de gênero nesse contexto educativo, visando ampliar os estudos teóricos da educação profissional e das relações de gênero a partir da análise de como se deu a inserção de meninos e de meninas na educação profissional nessas instituições centenárias e, especificamente, no Instituto Federal de Goiás (IFG). O objetivo desta investigação foi verificar se havia uma diferença significativa na proporção de meninos e de meninas ingressantes e matriculados nos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio no Câmpus Goiânia, uma das unidades do IFG, além de identificar se havia uma predominância feminina ou masculina nesses cursos, analisando as possíveis interferências das relações de gênero sobre a permanência e o êxito dos estudantes matriculados na instituição. A metodologia foi construída a partir de uma abordagem qualitativa, realizada por meio de um estudo de caso, com a análise dos dados dos estudantes ingressantes, matriculados, evadidos e concluintes de seis Cursos Técnicos Integrados do Câmpus Goiânia: Controle Ambiental, Edificações, Eletrônica, Eletrotécnica, Instrumento Musical e Mineração. Do ponto de vista teórico, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre educação profissional no Brasil, relações de gênero com a educação e com o mundo do trabalho. Foi realizado, também, um estudo quantitativo com a sistematização de dados censitários da educação profissional no Brasil e no IFG e, especificamente, de dados relacionados ao número de meninas e meninos matriculados, concorrentes, evadidos e concluintes, no período de 2014 a 2018, no IFG. Para identificar a compreensão dos sujeitos deste estudo quanto ao perfil do curso, às práticas pedagógicas e didáticas e em relação às políticas institucionais sobre equidade de gênero, foram apresentados dados sistematizados e relatos extraídos do questionário aplicado aos estudantes matriculados no último ano dos Cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio do Câmpus Goiânia. A pesquisa, entre outras descobertas, permitiu observar o perfil dos discentes, os possíveis fatores que levaram à evasão e, também, possibilitou a identificação de preconceitos, sexismo e misoginia presentes no ambiente institucional. Com isso, foi possível chegar a indicadores que poderão contribuir para a construção e a reformulação de políticas e estratégias educacionais institucionais, visando à igualdade, à equidade de gênero, ao combate às desigualdades e aos preconceitos, à qualidade do ensino e, assim, contribuir para a superação da divisão sexual do trabalho.