De propaganda desenvolvimentista a reclamo de liberdadeO uso político da questão indígena durante a ditadura civil-militar no Brasil

  1. Carlos Benítez Trinidad 1
  1. 1 Universidade Nova de Lisboa
    info

    Universidade Nova de Lisboa

    Lisboa, Portugal

    ROR https://ror.org/02xankh89

Revista:
Americanía: revista de estudios latinoamericanos de la Universidad Pablo de Olavide de Sevilla

ISSN: 2174-0178

Ano de publicación: 2019

Número: 9

Páxinas: 274-310

Tipo: Artigo

Outras publicacións en: Americanía: revista de estudios latinoamericanos de la Universidad Pablo de Olavide de Sevilla

Resumo

The indigenous question in Brazil has its own symbology that goes deep into the roots of the national narrative and story of self-representation. Many times, along the XX century was used with different governmental objectives of propaganda and auto promotion, resource that reached at is maximum during the civil-military dictatorship born in 1964. This paper analyzed the use of the indigenous question during this period from the study of the press, institutional and social organizations publications and with the political speeches made in the Câmara dos Deputados. It seems that the military government made an intense propaganda around the indigenist policy to hide the cruelty of the Amazon occupation. This discourse was fought back for the regime opposition that, aiming the support of the indigenous people, turn the indigenous question in an ideological battle where the indigenous represents the Brazilian society desires of freedom and democracy. This symbolic wage impacted the struggle of the indigenous people, adapting to the new representation born from this political use

Referencias bibliográficas

  • Batista, Alexandre Blankl, “O golpe de 1964 e a ditadura civil-militar brasileira no discurso de Paulo Francis,” Espaço Plural, Marechal Cândido Rondon, vol. 13, no. 27, 2012, 111-125.
  • Belleau, Jean Philippe, “History, Memory, and Utopia in the Missionaries' Creation of the Indigenous Movement in Brazil (1967–1988),” The Americas, Cambridge, vo. 70, no. 04, 2014, 707-730.
  • Bicalho, Poliene. Resistir era preciso: O Decreto de Emancipação de 1978, os povos indígenas ea sociedade civil no Brasil, Topoi, Rio de Janeiro, vol. 20, no 40, 2019, 136-156.
  • Cadernos da Comissão Pró-Índio, A Questão da Emancipação, nº1, CPI São Paulo, São Paulo, 1979.
  • Cardoso, Fernando; Muller, Geraldo, Amazônia: Expansão do Capitalismo. Brasiliense, São Paulo, 1977.
  • Chaves, Maria do Perpétuo Socorro; Barros, José Fernandes; Fabré, Nídia Noemi. “Conflitos Socioambientais e Identidades Políticas na Amazônia,” Achegas, Rio de Janeiro, no. 37, 2008, p. 42-57.
  • Coelho, Mária Célia Nunes. A ocupação da Amazônia e a presença militar. Atual editora, São Paulo, 1998.
  • Comissão Nacional da Verdade, Relatório: textos temáticos, Brasília, v. 2, 2014. 402 p.-disponível em ttp://www.cnv.gov.br/.
  • Cunha, Maria Carneiro da, “O futuro da questão indígena,” Estudos avançados, São Paulo, vo.8, no.20, 1994, 121-136.
  • De Oliveira, Natália Araújo, “Os Xavante E As Políticas De Desenvolvimento Para A Amazônia Legal Brasileira (Da Era Vargas Ao Final Da Ditadura Militar): De Símbolo Da Brasilidade A Obstáculo Ao Progresso,”Mediaçoes, Londrina, vol. 22, no. 2, 2017, 146-178.
  • Duarte, Regina Horta. “Turn to pollute”: poluição atmosférica e modelo de desenvolvimento no “milagre” brasileiro (1967-1973),”Tempo, vol. 21, no 37, 2015, 64-87.
  • Escola Superior de Guerra, Manual Básico, Escola Superior de Guerra, Rio de Janeiro, 1986.
  • Fico, Carlos, Além do golpe: versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar, Editora Record, Rio de Janeiro, 2004.
  • Fico, Carlos, O grande irmão da Operação Brother Sam aos anos de chumbo: o governo dos Estados Unidos e a ditadura militar brasileira. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 2008.
  • Fico, Carlos, Reinventando o otimismo: ditadura, propaganda e imaginário social no Brasil. Fundação Getúlio Vargas, Editora, Rio de Janeiro, 1997.
  • Garfield, Seth. Indigenous Struggle at the Heart of Brazil: State Policy, Frontier Expansion, and the Xavante Indians, 1937–1988, Duke University Press, Durham, 2001.
  • Gentilli, Victor, “O Jornalismo Brasileiro do AI-5 à Distensão: o “milagre econômico”, a repressão e a censura, ”Estudos em Jornalismo e Mídia, Florianópolis, vol. 1, no. 2, 2004, 87-99.
  • Grosfoguel, Ramón, “Cambios conceptuales desde la perspectiva del sistema-mundo: del cepalismo al neoliberalismo,” Nueva Sociedad, Buenos Aires, no. 183, 2003, 151-166.
  • Heck, Egon Dionísio, “Os índios e a caserna –políticas indigenistas dos governos militares –1964 a 1985”, Dissertação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1996.
  • Lima, Antônio Carlos de Souza, Um grande cerco de paz: poder tutelar, indianidade e formação do Estado no Brasil, Vozes, Petrópolis, 1995, vol. 199.
  • Matos, Maria Helena Ortolan, O processo de criação e consolidação do movimento pan-indígena no Brasil (1970-1980),PPGAS/UnB, Brasilia, 1997.
  • Morbach, Marise Rocha, A publicidade no período Médici: os efeitos da propaganda de ocupação da Amazônia, INTERCOM/UNAMA, Campo Grande, 2001.
  • Oliveira, Ariovaldo Umbelino de, “A longa marcha do campesinato brasileiro: movimentos sociais, conflitos e Reforma Agrária,” Estudos Avançados, São Paulo, vo. 15, no. 43, 2001, 185-206
  • Oliveira, Roberto Cardoso de, A crise do indigenismo, Editora da UNICAMP, Campinas, 1988.
  • Oliveira, Roberto Cardoso de, “Movimientos indígenas e indigenismo no Brasil,” América Indígena, México, v. 41, n. 3, 1981, 399-405.
  • Ramos, Alcida Rita, “Ensaio sobre o não entendimento interétnico,” Série Antropologia, Brasília, vol. 444, 2004, 7-31.
  • Ramos, Alcida Rita, “O índio hiper-real,” Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 28, n 10, 1995, 5-14.
  • Ramos, Alcida Rita, “Seduzidos e abandonados, ou, como amansar índios rebeldes”. Série Antropologia,Vol. 462, Brasília, 2019, 5-36.
  • Ramos, Alcida Rita, Indigenism: ethnic politics in Brazil, University of Wisconsin Press, Madison, 1998.
  • Rezende, Maria José, A ditadura militar no Brasil: repressão e pretensão de legitimidade (1965-1985). Editora da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2013.
  • Santana, Arthur Bernady, “BR-163, ocupar para não entregar, a política da ditadura militar para a ocupação do vazio amazônico; ”Anpuh–XXV, Simposio Nacional de História, Fortaleza. 2009.
  • Schneider, Nina, Brazilian Propaganda: legitimizing an authoritarian regime, University Press of Florida, Gainesville, 2014.
  • Schwade, Egydio, Waimiri-Atroari: a história contemporânea de um povo na Amazônia, Vozes, Petrópolis, 1992.
  • Shelton, Davis, Vítimas do milagre: o desenvolvimento e os índios do Brasil, Zahar, Rio de Janeiro, 1978.
  • Suess, Paulo, Crônicas de Pastoral e Políticas Indigenista. Vozes, Petrópolis, 1985.
  • Valente, Rubens,Os fuzis e as flechas: história de sangue e resistência indígena na ditadura. Editora Companhia das Letras, São Paulo, 2017.