A “arte de governo neoliberal”. Sujeito, poder e Estado desde o pensamento (pós)foucaultiano

  1. Colmenero Ferreiro, Borja
Dirixida por:
  1. Ramón Máiz Suárez Director

Universidade de defensa: Universidade de Santiago de Compostela

Fecha de defensa: 21 de novembro de 2019

Tribunal:
  1. María Xosé Agra Romero Presidenta
  2. Igor Ahedo Gurrutxaga Secretario/a
  3. Jorge Álvarez Yágüez Vogal
Departamento:
  1. Departamento de Ciencia Política e Socioloxía

Tipo: Tese

Resumo

A partir da análise (pós)foucaultiana, o presente trabalho aborda a hipótese do desenvolvimento de uma teoria política do neoliberalismo, a partir de uma específica “arte de governo”. Uma razão de governo que vai além do facto espontâneo e natural, para se constituir como uma política governamental que determina um quadro de gestão social dos indivíduos. Assim, face aos sujeitos passivos da estatalidade da sociedade fabril, agora os indivíduos tornam-se gestores ativos e responsáveis de si próprios. Isto é, administradores das próprias capacidades, recursos, conhecimentos e saberes com o objetivo de se desenvolverem livremente na complexa rede de interseções contemporâneas. Desta forma, o neoliberalismo não se apresenta apenas como o recuo do Estado ou a volta ao livre mercado; mas, antes bem, como um projeto social com base nos valores, nas práticas, nos cálculos e nas avaliações específicas da economia de mercado. Em suma, estamos perante a construção de um modo de governo de tipo empresarial que amplia os seus horizontes até se constituir na verdadeira referência organizativa e normativa do conjunto da vida social. Estaremos, portanto, diante de um neoliberalismo que transcende as doutrinas económicas e os programas políticos impulsionados nas últimas décadas; para se aproximar de uma tecnologia de governo multiforme, que realiza uma profunda mutação epistemológica do relacionamento entre os sujeitos e a institucionalidade nascida da modernidade capitalista.