Do sujeito e da máquina a partir do ensino de Lacan

  1. Oliveira Barbosa, Maria José
Dirixida por:
  1. Marcelino Agís Villaverde Director
  2. José Carlos Figueiras Martinho Co-director

Universidade de defensa: Universidade de Santiago de Compostela

Fecha de defensa: 31 de xaneiro de 2017

Tribunal:
  1. Jesús Ríos Vicente Presidente/a
  2. María Luz Pintos Peñaranda Secretaria
  3. Mª. Gabriela Couto Teves de Azevedo Castro Vogal
Departamento:
  1. Departamento de Filosofía e Antropoloxía

Tipo: Tese

Resumo

A presente Tese tem como objetivo dar a conhecer a investigação preliminar, realizada com base no ensino de Lacan, sobre o sujeito e a máquina. Procurar-se-á, numa fase inicial, expor o enquadramento conceptual – histórico e analítico – com que Lacan dialoga e questiona. Desdobrar-se-á toda uma reflexão acerca do sujeito da psicanálise, num retorno a Freud tal como é proposto por Lacan, entendido como correlato antinómico do sujeito da ciência moderna. O sujeito lacaniano, cativo no interior da ordem simbólica (automaton), no desejo do Outro, emerge do encontro inesperado com o real (tyke), nos intervalos da cadeia significante, por entre os quais inscreve o seu desejo. O discurso apologético de uma pretensa felicidade oriundo do saber científico, ao assumir a missão de suprir toda a falta, de saturar a inexistência da relação sexual, determina a falência do Pai e, consequentemente, o declínio da lei da castração e a suspensão das leis da individuação. No especial contexto social comumente designado de sociedade pós-moderna, onde os laços sociais não são mais erigidos sob a égide de uma verdade estável, mas sim de uma verdade resultante de um constructo lógico, decorre a reconfiguração do sujeito de desejo. Neste peculiar enquadramento, procurar-se-á realizar uma leitura da gramática do nosso presente, depois de uma breve exposição das perspetivas e do percurso do pensamento de Lacan, a partir da qual decifrar-se-ão alguns dos signos que ecoam do futuro.