Qualidade de vida como indicador da terapêutica num serviço de imunologia clínicaum caso de estudo no Centro Hospitalario do Porto, Hospital de Santo António

  1. Campos Ribeiro, Claudia Patricia de
Dirixida por:
  1. Juan Jesús Gestal Otero Director
  2. Carlos Alberto da Silva Vasconcelos Director
  3. Isabel María Sousa Lopes Silva Director

Universidade de defensa: Universidade de Santiago de Compostela

Fecha de defensa: 18 de marzo de 2011

Tribunal:
  1. Henrique Lecour Presidente/a
  2. Agustín Montes Martínez Secretario
  3. Teresa Sequeira Vogal
  4. Juan Miguel Barros Dios Vogal
  5. Francisco Luis Maia Mamede Pimentel Vogal
Departamento:
  1. Departamento de Psiquiatría, Radioloxía, Saúde Pública, Enfermaría e Medicina

Tipo: Tese

Teseo: 307589 DIALNET

Resumo

O incremento do conhecimento tecnológico e metodológico tem permitido reorientar as práticas de investigação epidemiológica, sobretudo no campo das doenças crónicas. Embora passíveis de controlo, o acumular de eventos e restrições impostas pelo tratamento podem levar a uma drástica alteração na Qualidade de Vida (QdV) dos indivíduos evoluindo para graus variados de incapacidade e morte. Nesta perspectiva a Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde (QVRS) assumiu um papel preponderante e a sua avaliação é indispensável em Medicina. O presente estudo exploratório, transversal correlacional tem como objectivos: (1) analisar a importância da avaliação da QVRS como instrumento para a promoção de saúde e como forma de medir a eficácia das intervenções realizadas na prática clínica diária em doentes com patologias crónicas do sistema imune (PCSI); (2) participar numa investigação similar, de forma a verificar os vários métodos de administração de instrumentos de avaliação de QdV em contextos de saúde; (3) avaliar a fidelidade e validade da aplicação da versão Portuguesa do instrumento SF-36v2 e a QdV numa população de 103 doentes com afecções crónicas do sistema imune da Unidade de Imunologia Clínica do Centro Hospitalar do Porto - Hospital de Santo António; (4) avaliação de métodos alternativos de recolha automatizada de dados sobre QVRS e desenvolvimento de um interface electrónico numa amostra de 50 doentes; (5) criação de uma base de dados que permita conhecer o perfil epidemiológico dos PCSI, e identificação das características sócio-económicas, demográficas e clínicas desses mesmos indivíduos; (6) utilizar o indicador QdV como um predictor na tomada de decisão terapêutica através das preferências de utilidade dos doentes, avaliação de 320 doentes. Foi avaliada uma amostra de conveniência no decorrer do estudo no total de 473 doentes com patologias crónicas do sistema imune, aos quais se aplicou o Índice de Graffar, SF-36v2, questionário demográfico e identificação de variáveis clínicas. Os resultados da presente investigação sugerem que as variáveis demográficas, sócio-economicas e clínicas estão associadas a diferenças significativas na QdV e nas complicações crónicas cumulativas associadas às diferentes patologias. Verificou-se a existência de correlações significativas entre os diferentes diagnósticos, duração da doença, terapêutica instituída e QdV. De um modo geral, os doentes que apresentam patologias crónicas do sistema imune, como artrite reumatóide, lupus, esclerodermia, doença de Beçhet, síndrome de Sjögren ou infecção pelo virus da Imunodeficiência Adquirida 1 ou 2 revelam uma QdV pior do que a população em geral. As derivações de preferências a partir do SF-36v2 apresentam fortes correlações com as preferências medidas com o SF- 6D. Este facto sugere que tanto a aplicação do questionário SF-36v2 como a do questionário SF-6D podem ser fontes importantes de medidas de preferências a aplicar em anàlises económicas em saúde. A QVRS pode e deve ser integrada na prática clínica imunológica, adicionalmente a tradução gráfica de resultados dada ao clínico no inicio da consulta, favorece a anàlise rápida dos valores globais de QVRS do doente. Esta avaliação pode ser um excelente instrumento de diagnóstico, a utilizar por rotina na prática clínica auxiliando quer na gestão da doença e na tomada de decisão terapêutica