O Ensino básico entre a tradição e o liberalismoImprensa periódica e discursos educativos. Do vintismo à regeneração portuguesa (1820-1851)

  1. Miranda Monteiro, António Joaquim
Dirixida por:
  1. Fernando Cabral Pinto Director
  2. Antón Costa Rico Director

Universidade de defensa: Universidade de Santiago de Compostela

Fecha de defensa: 24 de xullo de 2015

Tribunal:
  1. Agustín Escolano Benito Presidente/a
  2. Vicente Peña Saavedra Secretario
  3. Xosé Manuel Cid Fernández Vogal
  4. José Martín Moreno Afonso Vogal
  5. Margarida Maria Louro Felgueiras Vogal
Departamento:
  1. Departamento de Pedagoxía e Didáctica

Tipo: Tese

Resumo

Partindo da complexidade histórica do período compreendido entre a Revolução e a Regeneração (1820-1851), esta investigação tomou por objeto os discursos educativos difundidos pelos periódicos portugueses no contexto das lutas partidárias. Ao longo de três décadas, assistimos a uma dramática confrontação militar e ideológica entre liberais e contrarrevolucionários, com fluxos e refluxos da nova ordem política. Foi a época em que o jornalismo nasceu como profissão e a imprensa periódica se constituiu como espaço público de opiniões divergentes e beligerantes. Sendo o ensino a instituição preponderante na formação ou transformação das mentalidades, era previsível que as forças políticas porfiassem pela apropriação do aparelho escolar, usando a imprensa como instrumento de persuasão da opinião pública em matéria educativa. E, de facto, a análise dos textos publicados permitiu confirmar a hipótese de uma correspondência muito significativa entre as posições políticas dos periódicos e as conceções sobre ensino que eles veiculavam. Essa correspondência assentava no tipo de sociedade que se tinha em vista e no tipo de homem que se pretendia formar. Do lado dos liberais, impunha-se a escolarização do operário e do cidadão como condição da passagem à sociedade industrial, ao passo que, do lado da aristocracia conservadora, tendo ela o seu horizonte histórico encerrado nos limites da sociedade rural, o que se impunha era a continuidade de uma população camponesa, laboriosa e submissa, qualidades que o analfabetismo protegia e que a frequência escolar punha em risco. Esta oposição foi observada ao longo dos capítulos que formam a segunda parte da tese e que tomam por tema os assuntos de cariz educativo com maior relevo na imprensa. Com exceção do último capítulo dessa parte, o cap. XI (Notas e Avisos), encontra-se aí a dialética progressiva da história da educação, feita de confrontos ideológicos, mas¿ impulsionada pela potência emancipadora dos ideais iluministas.