Marketing político e comportamento eleitoral nas Eleições Legislativasconstrução de um modelo explicativo
- Costa, Patricio Soares
- Xosé Manuel Rivera Otero Director
Universidade de defensa: Universidade de Santiago de Compostela
Fecha de defensa: 22 de xaneiro de 2010
- Ramón Máiz Suárez Presidente
- Nieves Lagares Díez Secretaria
- Pedro Magalhaes Vogal
- Juan Montabes Pereira Vogal
- Gabriel Colomé Vogal
Tipo: Tese
Resumo
A análise dos vários factores ligados aos processos eleitorais, particularmente, à decisão de voto, tem recebido bastante atenção, e tem sido alvo de um vasto número de estudos. O principal objectivo deste trabalho prende-se com a criação de um modelo explicativo do comportamento de voto, além de possibilitar o planeamento de estratégias de actuação, de marketing e de comunicação eficientes. Foi construído e validado um instrumento para a recolha de informação relevante para a análise do comportamento eleitoral relevante para a população portuguesa. A população em estudo é composta pelos eleitores residentes e inscritos em Portugal com telefone da rede fixa no seu lar. Assim, foi recolhida, via telefone, uma amostra representativa de 782 participantes, constituída por 382 homens (48,8%) e 400 mulheres (51,2%) com idades compreendidas entre os 18 e os 87 anos (M = 51,0; DP = 16,3). A construção deste modelo considerou a contribuição de diversos modelos salientes na Ciência Política e na Psicologia Social, mais concretamente na Teoria do Comportamento Planeado (Theory of Planned Behavior). Foram elaborados quatro modelos (dois para o PS e dois para o PSD), dois com a amostra global e os outros dois para o segmento de eleitores que não votaram sempre no mesmo partido nas eleições legislativas em que participaram. Realçamos o poder explicativo dos modelos obtidos que, no caso do PS ultrapassa os 80% e no caso do PSD os 70%. Os preditores directos da intenção de voto são a proximidade partidária e as dimensões da Teoria do Comportamento Planeado, quer para o PS quer para o PSD. Na análise das restantes variáveis do modelo, salientaram-se a satisfação com o trabalho do governo, o voto habitual, a confiança no governo e a comparação de perfis dos líderes, no caso do PS e o voto habitual, comparação de perfis e autoposicionamento ideológico, no caso do PSD. As variáveis de caracterização como o sexo, a idade, ou o nível de formação não são particularmente úteis para explicar a intenção de voto. No caso dos eleitores que não votam sempre no mesmo partido (representando 43,2% da totalidade dos eleitores da nossa amostra) verificámos um menor efeito da proximidade partidária, tornando-se mais relevante o suporte afectivo ao líder, bem como a satisfação e a confiança no trabalho desenvolvido pelo governo. Estas constatações serão, obviamente, uma importante base de trabalho para a compreensão e estudo da decisão de voto em Portugal, para o desenvolvimento de ferramentas de marketing político, bem como para a fomentação de pistas relevantes para a investigação nesta área. Palavras-chave: Comportamento eleitoral, Marketing político, Modelos de análise eleitoral, Participação política, Opinião pública